terça-feira, 25 de agosto de 2009

Mercearia Campista

Ia me esquecendo.
Gostei muito de ter visto na TV (Mult TV, canal 8 da ViaCabo, em Campos) o programa "Mercearia Campista", apresentado por Chico de Aguiar, Vítor Menezes, Ricardo André e Gustavo Oviedo.

Uma das propostas de tema para um próximo programa foi levantada por Gustavo Oviedo e por Chico. A questão do canal Campos-Macaé. Acho que será um tema interessante para o programa, quem sabe até recebendo convidados para o debate, exibindo também imagens históricas do canal e seu entorno, bem como fotografias atuais sobre como está o canal em Quissamã e Macaé.
Gostaria de ressaltar a relação de identidade que há entre uma cidade e seus cidadãos. Acho uma grande perda a destruição de qualquer elemento constituinte da memória de um lugar.
É claro que o canal é horrível. Aos olhos de um estrangeiro, que não necessariamente tenha esse laço afetivo entre cidadão-cidade, o canal Campos-Macaé não represente mesmo algo importante, não constitui uma grande obra arquitetônica. No entanto, não devemos ter esse olhar instantâneo, pautado sempre no belo pelo belo ou pela funcionalidade.
Acho realmente problemática a região do "Curral das Éguas". Talvez o seu maior problema não seja o canal em si, ou mesmo o mercado municipal, mas sim a apropriação do espaço. Aquela região toda já tem cultural e historicamente um determinado rótulo, a começar da rodoviária. Em todas as cidades os terminais rodoviários encravados no centro da cidade constituem áreas problemáticas. Cem metros adiante, margeando o canal, temos o mercado municipal. O problema não é o mercado, que aliás, encontra-se soterrado, de um lado por uma estrutura metálica horrenda, que foi funcional e eleitoralmente interessante no final da década de 1980, e de outro, pelo camelódromo.
O mercado municipal é lindo, as árvores ao fundo são lindas, o jardim de Allah, era lindo, e o canal também poderia ser, se não fosse aquela aglomeração toda.
Um bom exemplo a ser seguido é o do município de Quissamã, que valoriza a cultura, a história do município, e reforça os laços de identidade entre o cidadão e a cidade.
A preservação do patrimônio histórico de uma cidade insere o indivíduo como parte de sua história, e este sentimento de pertencimento reforça a cidadania. O reforço da cidadania, do amor pela cidade, consequentemente cria indivíduos mais críticos e conscientes da boa governança, defensores dos princípios democráticos, da participação ativa como cidadãos.
Este espírito está se perdendo, infelizmente, entre os campistas. Como disse o Chico de Aguiar no programa, referindo-se ao canal Campos-Macaé, "eu não estou mais disposto a perder mais nada não, Campos já perdeu muito". E é verdade. Muitos, até conscientes de tudo isso, acabam desanimando e se entregando, depois de tantas derrotas, e talvez seja essa a intenção daqueles que sucessivamente vêm (ah... não tem mais acento...) desgovernando a cidade.
No entanto, temos lá os senhores da Mercearia Campista, temos cá esta rede de blogs que, mesmo incomodando àqueles que estão a serviço do desgoverno, vem cumprindo um papel fundamental.
Vamos em frente.

Um comentário:

Splanchnizomai abraçando o amanhã. disse...

Isso mesmo! Agora a coisa está bonita! Assim que devem se comportar as cabeças pensantes! Concordo com tudo o que você falou, Rosselini.

Agora... por que ... "des"governo?
Como assim?

É que estou aqui por Paraty e gostaria de saber como está este Governo aí em Campos que vocês insistem em dizer "des".
O que tanto eles desgovernam aí? Fico esperando para ver se alguém vai falar algo mas não sai nada.
Fico doida para que vocês desmascarem logo este desgoverno. Mentira não é bom. E se este Governo onde Jesus está com a Chave está fazendo algo fora dos padrões de justiça, eles vão se dar mal. Não podem. Conta pra mim. A censura acabou, Rosselini. Tenho certeza que eles não ficarão tristes e nem zangados das críticas. Verdade é para ser dita.

Vamos lá. Fala aí.

olha a palavrinha:
"hedneshu"

Será o quê isso...