Muito bom ver as imagens da época, com os apresentadores e os artistas fumando nos bastidores ao longo das entrevistas (numa época em que não havia o politicamente correto de hoje), a precariedade técnica das apresentações ao vivo, e sobretudo a alegria de ter um espaço no horário nobre para cantar música ao vivo e mobilizar centenas de jovens não só na platéia/torcida do festival, como também pelo rádio e TV em várias cidades do país, às vésperas do enrijecimento cada vez maior do regime militar.
Interessante o depoimento de um dos diretores do festival ao dizer que o objetivo era realizar um programa de entretenimento, mas que acabou se transformando em algo emblemático, devido a situação pela qual o país atravessava.
Nos depoimentos atuais isso é muito interessante, pois percebemos que o que para nós hoje muitas vezes se mostra como algo intencional o tempo inteiro, para os seus protagonistas, nem sempre havia a intenção de protesto contra o governo militar ou algo parecido.
O filme também retrata o momento em que se construíam as bases do tropicalismo e como Chico Buarque, ficando de fora, embora sendo mais jovem que Caetano e Gil, acabou tendo associada a sua imagem ao pessoal do samba e da bossa nova, ou seja, ao velho, apesar de ter vinte e poucos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário