Quando comecei a andar com esse pessoal uma das primeiras regras que absorvi foi a de que ele era enrolado. Se você quisesse algo com prazo e que dependesse dele, poderia esquecer. Porém, no final das contas, você poderia estar certo de que estaria perfeito.
Diz a lenda que ele preparava calmamente, peça por peça, o cenário de uma peça de teatro, com o público já se acomodando nas cadeiras e os atores enlouquecidos.
Marcelo Beraldi nunca teve pressa, e o mundo sempre teve paciência com ele. Eu sempre o admirei muito por isso, por ter conseguido ser assim, livre do tempo, talentoso, aparentemente feliz.
No entanto, n
os deixou tão de repente esta semana. Nos deixou tão brutalmente. Todo mundo deveria morrer de forma anunciada, né? De velhice, de doença, sei lá. Morrer de acidente é algo muito mal feito pelos planos que regem tudo isso. Imagina se ele tivesse parado de beber, de fumar... que coisa em vão! Imagina se ele tivesse se apressado a vida toda?
Só não acho justo que tivessem se apressado tanto por ele... que a velocidade da estrada, alheia à sua vontade tão lenta, o tivesse devorado assim.
Tadinho do Marcelinho, tão bacana, tão doidinho... não devia ter ido assim. Vai fazer falta, não vai ter ninguém no lugar dele, com certeza.
Vai menino, arruma o cenário aí pra gente... não precisa ter pressa. Logo estaremos aí com você.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Quando não era pra ser
Postado por
Rodrigo Rosselini
às
23:57
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