quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Fidelidade

Não sei se o socialismo é o que foi ou o que está.
Não sei se ele é um objeto tátil,
algo mensurável, palpável, vermelho...
se tem foice, martelo ou estrela.
Sei que é uma utopia, um sentido, uma direção.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

"sei que nada será como antes, amanhã..."

A Globo exibe uma série que trata dos sonhos perdidos e angústias que marcaram o final da década de 1980. Meus queridos amigos fala também de amizade, da dificuldade de alimentá-la, de estar próximo àqueles tão amados e, a cada ano, mais distantes.
As roupas, os carros, as músicas, as referências e lembranças... lembranças. No episódio de hoje estavam todos assistindo à reprise da novela "Que rei sou eu?", e lá estava o Tato Gabus Mendes, que participou da novela há vinte anos. "Que notícias me dão dos amigos?"

Após o programa vem o William Waack anunciando a renúncia de Fidel. Sonhos perdidos e angústias. No discurso do jornalista, a figura cansada e combalida de Fidel se associa à imagem deturpada que a direita tem do socialismo: algo derrotado, ultrapassado, destruído. Depois, temos o nosso vice-presidente Alencar, num estado de saúde não muito melhor que o do Fidel, tão acabado e falido quanto, representando talvez o que chamam de modernidade.
Será que os cubanos de Miami retornarão à Cuba? Talvez, depois que erguerem shoppings centers e que puderem investir seus dólares vendendo produtos para os cubanos de Cuba, entre outros, planos de saúde e educação privada, para se tornarem como nós: livres.

Bom futuro para todos. A história continua acontecendo.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Cartões corporativos...

Eu sempre falei que cartão de crédito não dá certo...
Eu mesmo já cancelei os meus... rsrsrs...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Meu nome não é Johnny

É João Guilherme Estrella
"Não sou bandido
Vendia droga pra comprar droga
Não sei bem o que é certo e errado
Não acumulei dinheiro
O único imóvel da minha família
Está à venda pra pagar meu advogado
Meu carro é um Passat velho
Não queria que a minha mãe estivesse ouvindo isso."

Filmaço!
Saí do cinema querendo que a confiança na recuperação de João Estrella, presente na sentença apresentada pela juíza que julgou seu caso, teria sido também aplicada a um outro jovem,
Que também não se chamaria Johnny
Não seria bandido
Que vendesse droga pra comprar droga, tênis e bermuda
Sem conhecer bem o que é família
Negro
Sem advogado
Sem carro
Sem mãe para ouvi-lo.

Atrás dessa parede

Dorme, menina
Que teu sono me descansa,

Meus olhos ardem,
Meu corpo dói, Cansado.

Da estrada
ergométrica

Choradeira
Das zonas de convergência

Do Atlântico
Que se nos mostra tão feio

Alheio,
cinza e gelado

Assim como eu cansado
Esperando os novos raios
A maré que se anuncia

Nesse novo belo dia
Que o teu sono aliviado

Me traz por garantia

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

CRÉÉÉÉÉÉÉUUUUU

As primeiras memórias de carnaval que me vêm, são de quando eu era criança, lá pelos sete, oito anos, sentado na varanda de uma casa de praia, todo lambuzado com uma fatia enorme de melancia, enquanto os adultos assistiam o compacto do desfile das escolas de samba do Rio. Naquela época, anos oitenta, todos sabiam de cor os sambas-enredo, que tocavam no rádio — e todos ouviam rádio naquela época, já que não existia a ‘portatibilidade’ de hoje.

Neste momento passa a Imperatriz Leopoldinense e eu nunca tinha escutado um verso sequer do seu samba. Podem dizer: “Ah, mas é fácil, é só baixar em mp3...” Sim, mas eu nunca fui fã de samba-enredo e nunca precisei ‘baixar’ nada pra conhecê-los. Simplesmente era orientado pela massificação que existia. Hoje, no entanto, não se pode ir à rua sem ouvir uma espécie de berro desesperado de um animal sendo abatido, gritando: “CREEEEEUUUUU!!!”. De forma agressiva, violenta e assustadora, uma espécie de Clóvis invisível, sem nenhuma beleza folclórica, nenhum encantamento mesmo.

Além de não conhecermos mais os sambas-enredo, por eles terem sido substituídos pelos “Créis” e pelos “Chicleteiros”, a chuva não deixa ninguém sossegado, e aí não tem mais melancia e nem varanda de casa de praia, mas sim a degradação ambiental, cultural, tudo! As plumas das fantasias murcham com a chuva, e tudo ganha um aspecto de tristeza.

O que resta nesta última semana de férias? A TV! É o jeito: ver as pessoas se divertindo pela TV. Nos camarotes VIP, nos carros alegóricos com suas fantasias caras, do lado oposto às arquibancadas repletas de apaixonados, cansados, bêbados e famintos, molhados de chuva, suor e cerveja. Eles lá, divididos em camarotes, setores, cordões e abadás, e nós aqui, com um copo de bebida, trazendo boas memórias de carnaval.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Uma bala perdida

Já que uma bala perdida sempre encontra alguém perdido, como já disseram, resolvi montar este blog. Vou lançando esses textos aqui como se fossem balas perdidas, escapulidas do meu confronto com a existência, e que talvez tangenciem ou mesmo atinjam algum leitor perdido pela vizinhança.
Se não acertar nenhum inocente, ou seja, se ninguém ler nada do que for publicado aqui, talvez o tiro tenha sido certeiro, matando um pouco as angústias e vencendo mais uma batalha na vida.

Sejam bem-vindos.