sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Acabou 2011


Parece clichê (aliás, essa é a época dos clichês mesmo), mas este ano termina para mim como mais uma volta do carrossel, o marco de um looping, o fim/começo de um ciclo. Minha infância terminou quando perdi os amigos de infância, as brincadeiras de infância. A adolescência passou rápido, durou apenas  4 anos, os 4 últimos discos da banda preferida. Após o último disco comecei a trabalhar e a faculdade na teve nada a ver com o que chamam vida de universitário. Eu já era adulto.
Começava o terceiro ciclo da minha vida, comenzó el siglo XXI. Me tornei professor de história (na rede privada), logo depois Lula se tornou presidente (da república), eu e minha companheira nos tornávamos cada vez mais companheiros e mais próximos de nosso lar. À partir desse momento, novos desafios: a necessidade de trilhar os caminhos da academia e, ao mesmo tempo, de pagar as contas no fim do mês com 3 meses de salário atrasado. A necessidade de dar boas aulas, de aceitar novos desafios, coordenações, etc. Fui construindo uma carreira. Este ciclo se completava na segunda metade da primeira década do século. Em apenas 3 anos me casei, perdi meu pai, iniciei e abandonei no final o mestrado em sociologia política, e fui aprovado em primeiro lugar no concurso público para professor da rede federal. Vida nova, ainda me recuperando dos estragos financeiros que a vida incerta de professor da rede privada me causou, trabalhando longe de casa, muito longe, não só em outra cidade, mas em outro universo, numa escola rural, de um Brasil rural patriarcal mais presente do que se imagina. Um aprendizado e tanto, um desgaste e tanto. Desgaste, sofrimento e, ao mesmo tempo, alegria, pelos bons amigos que fiz.
Somente agora em 2011 foi possível perceber a passagem de todas essas atribulações. Daqui pra frente (o que parece clichê mas é verdade) é administrar a grana (talvez seja possível), retomar o mestrado, realizar um excelente trabalho  como professor, e curtir minha família. Sobretudo, orientá-la para o futuro, para mais uma década e para a eternidade, para que se lembrem de mim e para que tenha valido a pena todo o esforço para construir um mundo melhor.
Também, como não poderia deixar de ser, que os próximos anos me possibilitem tocar meu rock and roll.
Feliz ano novo a todos, aos que estão perto e aos que estão longe de tudo.



Um comentário:

Margarida disse...

Belíssima reflexão, Rosselini!!
Um SUPER 2012 pra você e Cecília!
Tudo de MELHOR sempre!!
Com gratidão,
Margarida