Neste momento passa a Imperatriz Leopoldinense e eu nunca tinha escutado um verso sequer do seu samba. Podem dizer: “Ah, mas é fácil, é só baixar em mp3...” Sim, mas eu nunca fui fã de samba-enredo e nunca precisei ‘baixar’ nada pra conhecê-los. Simplesmente era orientado pela massificação que existia. Hoje, no entanto, não se pode ir à rua sem ouvir uma espécie de berro desesperado de um animal sendo abatido, gritando: “CREEEEEUUUUU!!!”. De forma agressiva, violenta e assustadora, uma espécie de Clóvis invisível, sem nenhuma beleza folclórica, nenhum encantamento mesmo.
Além de não conhecermos mais os sambas-enredo, por eles terem sido substituídos pelos “Créis” e pelos “Chicleteiros”, a chuva não deixa ninguém sossegado, e aí não tem mais melancia e nem varanda de casa de praia, mas sim a degradação ambiental, cultural, tudo! As plumas das fantasias murcham com a chuva, e tudo ganha um aspecto de tristeza.
O que resta nesta última semana de férias? A TV! É o jeito: ver as pessoas se divertindo pela TV. Nos camarotes VIP, nos carros alegóricos com suas fantasias caras, do lado oposto às arquibancadas repletas de apaixonados, cansados, bêbados e famintos, molhados de chuva, suor e cerveja. Eles lá, divididos em camarotes, setores, cordões e abadás, e nós aqui, com um copo de bebida, trazendo boas memórias de carnaval.
Um comentário:
Belo Blog, amigo! Texto emocionante e verdadeiro. Voltarei outras vezes...em muitos outros carnavais! Beijo.
Postar um comentário