quinta-feira, 15 de julho de 2010

Quando não era pra ser

Quando comecei a andar com esse pessoal uma das primeiras regras que absorvi foi a de que ele era enrolado. Se você quisesse algo com prazo e que dependesse dele, poderia esquecer. Porém, no final das contas, você poderia estar certo de que estaria perfeito.
Diz a lenda que ele preparava calmamente, peça por peça, o cenário de uma peça de teatro, com o público já se acomodando nas cadeiras e os atores enlouquecidos.
Marcelo Beraldi nunca teve pressa, e o mundo sempre teve paciência com ele. Eu sempre o admirei muito por isso, por ter conseguido ser assim, livre do tempo, talentoso, aparentemente feliz.
No entanto, nos deixou tão de repente esta semana. Nos deixou tão brutalmente. Todo mundo deveria morrer de forma anunciada, né? De velhice, de doença, sei lá. Morrer de acidente é algo muito mal feito pelos planos que regem tudo isso. Imagina se ele tivesse parado de beber, de fumar... que coisa em vão! Imagina se ele tivesse se apressado a vida toda?
Só não acho justo que tivessem se apressado tanto por ele... que a velocidade da estrada, alheia à sua vontade tão lenta, o tivesse devorado assim.
Tadinho do Marcelinho, tão bacana, tão doidinho... não devia ter ido assim. Vai fazer falta, não vai ter ninguém no lugar dele, com certeza.
Vai menino, arruma o cenário aí pra gente... não precisa ter pressa. Logo estaremos aí com você.

3 comentários:

Auci disse...

bonito post. disse o que eu gostaria e achei desnecessário. talvez a simplicidade do Marcelo me impedisse de encontrara palavras simples.
estava hoje, mais cedo, falando com Vitor Ferreira e nos lembrando da "figura", dos stress que ele gerava nos que caminhavam em ritmo diferente dele e das boas doses de riso que isso nos causava depois. creio que essa a funçao dele por aqui. terminamos nossa conversa comigo dizendo que até já o imaginava dizendo a alguém lá no outro plano assim "ali cabe uma coluna, umas folhas naturais..." e se esse alguém reclamasse de espaço ele coçará a orelha, com amao do braço do lado contrário, por cima da cabeça e mandará "... vocês que se adequem ao meu cenário". rs! rimos, sim. mesmo sendo triste essa sensação de "mais um que parte", a alegria que fica das lembranças é maior. penso que ele, assim como eu gostaria que fosse comigo, prefira ser lembrado por elas.
amanhã, na hora em que se despedirão dele como "manda o figurino" eu, infelizmente, estarei envolvida com o stress do qual ele fugia. ces1t la vie... ele entenderá, eu sei.

bjos...
saudade de vc.

Ana Paula Motta disse...

Rodrigo, você fez um texto terno e definindo bem as nuances da personalidade de Marcelo que como disse ontem Chico vai sempre ser lembrado em muitas histórias, sempre com alguma coisa engraçada. Posso "roubar"?

Em busca de uma VIDA SAUDÁVEL disse...

Em nome da família Beraldi, agradeço o carinho q sempre tiveram com nosso Marcelo e agradecemos tb a força e apoio q estamos recebendo de tds.
"Por sobre as nuvens existe um lindo céu. Morada dos Anjos!!!..."
Um forte abraço e q Deus a tds abençoe.

Emiliana Beraldi