sábado, 27 de setembro de 2008

Filho único

Antes de falar diretamente do disco, gostaria de salientar que, o fato de estar totalmente disponível para download grátis na internet vem nos mostrar que música de qualidade não precisa de gravadora. O bom artista não precisa de jabá, pois sua música não é nenhum purgante que precisa ser enfiado goela abaixo das pessoas.

O disco “sou”, de Marcelo Camelo, embora não pareça, tem de tudo: desde o fim de tarde na beira do mar, em “Doce Solidão” ou com as guitarras limpinhas e a bateria jazzística de “Téo e a Gaivota”, passando pelas batidas de marchinha em “Tudo Passa” e “Copacabana”, pelos violões quase-eruditos de “Passeando” e “Saudade”, o Folk em “Janta”, que conta com a participação da mocinha promovida pela MTV, Mallu Magalhães, passando por uma coisa meio Caetano Veloso dos tempos de Araçá Azul e Livro, com batidas viradas de caixa, guitarrinhas soladas, e falsetes em “Vida Doce”, chegando até a “Menina Bordada”, que pode muito bem tocar num trio elétrico do carnaval da Bahia, no estilo Timbalada.

Está achando estranhos estes comentários? É mesmo de se estranhar, porque podemos ouvir o disco inteiro e não encontrar nada disso, já que ao mesmo tempo está tudo numa mesma linha sussurrada, de uma voz que acabou de acordar. Quem não tem muita paciência sente vontade de oferecer um prato de feijão ao moço-velho-moço.

Porém, não é nada simples compor um disco que pode tocar no trio elétrico da Ivete Sangalo e “animar” um carnaval de velhinhos num hotel-fazenda em Raposo.

3 comentários:

Jules Rimet disse...

Opa. Valeu pelo link, rodrigão.

Anônimo disse...

Uma delicia esse CD. Nessa noite fria e chuvosa de sábado,quando a alma se aquieta,é possível ouvir sons mais suaves,sem a ansiedade do dia-a-dia.Valeu a dica.Muito bom...

Anônimo disse...

Amigo, cada vez mais fico fã dos mais velhos e dos seus antigos ditados. Um que citaria agora: gosto, realmente, não se discute. rsrsrs!
O disco Sou (Nós) pode ter tudo isso aí que você citou (como não entendo de música, tecnicamente falando e só do que me agrada aos ouvidos e do que consigo ver com uma letra bem estruturada ou poeticamente bela), mas a mim foi uma tremenda decepção.

Ouvi uma, duas vezes... Li as letras das músicas (porque ele cantando, realmente não ajuda) e nada. Não consgui nem vislumbrar a criatividade do artista de um grupo que admiro o trabalho.

Penso que ele quis desvincular imagem do trabalho da banda e fazer algo diferente. E conseguiu. Tão diferente que a mim nem pareceu dele. E que grande parte das pessoas é benevolente na avaliação por se tratar dele.

Fiz uma pergunta a um amigo sobre o disco: se você ouvisse esse música, sem saber que era dele (ou, pior, sabendo que era de fulano de tal - indiquei um autor que ele nao curte)você diria que é de qualidade? Ele foi sincero e disse: não.

Então...

Pra não dizer que não gostei de nada, salvou Copacabana (pelo "balanço"), mas nem ela me impediu de apagar o disco do meu HD pra liberar espaço. Eu não ia escutar mesmo. Enfim...

Que bom que nem todo mundo não gosta de "nós", né?

beijos

Aucilene
(não sei por que cargas d'água tud0 que posto aqui no "blogspot" sai como Kapitar. rsrsrs)