Não gosto do Arnaldo Jabor, mas confesso que às vezes me surpreendo com ele. Hoje, no Globo, ele publicou um texto bacana sobre o eleitorado estadunidense nessas eleições presidenciais.
Para ele, hoje é um dia histórico, o próximo desde o 11 de setembro. Segundo Jabor, o mundo vai mudar. A ignorância republicana poderá ser substituída pelo triunfo da sabedoria, da ampliação dos direitos civis e do avanço da ciência.
"McCain é prosa e Obama é poesia. Bush foi o macaco na loja de louças do Ocidente. McCain finge ser uma evolução da espécie dos símios, mas é macaco também. E não me venham os fascistinhas chamá-lo de "sensato conservador...
Obama é o novo. Obama é o negro sem rancor, o negro pós-moderno, que passou por Malcolm X, pelo Luther King e que atingiu uma espécie de síntese de virtudes políticas que almejamos: tolerância, a ecologia, a inteligência contra a mentira, é antiguerra, pela superação do bipartidarismo numa busca de "entente cordiale", contra os "lobbies", contra a tirania do petróleo, contra o efeito estufa. E não me venham os fascistinhas chamá-lo de "esquerdinha sem programa...”
Os republicanos, neste momento, representam, sem o menor pudor, o que há de pior na humanidade contemporânea. Seus argumentos contra Obama são baseados em toda sorte de preconceitos. Perguntada sobre sua intenção de voto, uma eleitora republicana declarou: “não podemos votar em Obama porque ele vai distribuir ‘nosso’ dinheiro entre os pobres”; outro disse: “não é o meu caso, mas sei de muitas pessoas que não votarão nele porque é negro”; outro ainda: “Obama é socialista, e isso é um perigo”.
Jabor descreve bem esse espírito republicano:
McCain representa a pior face da América: o mundo psíquico dos republicanos. Já morei no interior da Flórida, nos "gloriosos" anos do racismo, e sei do que falo. O imbecil republicano é diferente dos nossos cretinos fundamentais. Lá, eles têm certezas absolutas [...]. O republicano típico acha que sabe tudo. São filhos de um deus duro e implacável. As caras, as fuças típicas dos republicanos parecem dizer: "Não tenho dúvidas, não quero ouvir, já sei tudo, Deus me disse...!!"
Os eleitores de McCain são paranóicos e precisam de inimigos para viver. [...]. Em geral, dividem-se em reprimidos sexuais ou sadomasoquistas. Eles odeiam a diferença: os negros, os estranhos, os livres. É patético ver o McCain fingindo de republicano light, de democrata sem ginga. Quando ele declarou: "Eu não sou o Bush!" - mentiu. Ele é o Bush sim; eles são produzidos em série no útero puritano da América, forjados na velha religião do século 17, falando nas "forças do mal", que são eles mesmos, sem espelho.
Vejamos agora, quem será o novo presidente deste mundo.
Confira aqui a apuração
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