sábado, 27 de dezembro de 2008

Paz em 2009

Esta é uma mensagem de fim de ano que eu gosto muito. Ela foi composta há dez anos, para a virada de 98 para 99, mas tem sido tocada todo final de ano, de maneiras diferentes.
Não, não é a vinheta do Nelson Mota que a Globo toca todo ano, mas a 98-99 de Humberto Gessinger.

Paz em 2009.
(Rodrigo Manhães: Olha o Midi Pedallboard!)

sábado, 20 de dezembro de 2008

Tem peixe na rua

Flagrei agora há pouco, na rua Manoel Moll, na Lapa, próximo ao Colégio Estadual Visconde do Rio Branco (onde estão abrigadas algumas famílias do Matadouro), alguns peixes mortos, trazidos pela correnteza do Paraíba.


O Paraíba cede

Comparando as duas fotos, podemos perceber que as águas estão recuando.


Esquina da Av. 7 de setembro com Miguel Herédia - 19/12/08, 15h


Esquina da Av. 7 de setembro com Miguel Herédia - 20/12/08, 11h

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cheia do Paraíba: Imagens de 19/12/08

O próspero jornal online “Ururau” publicou hoje entrevista com o ainda prefeito Alexandre Mocaiber. O prefeito, que esteve sumido enquanto rolava a polêmica sobre a destruição do monumento à abolição e a remoção das estátuas para a praça do canhão, enquanto a defesa civil estadual teve que declarar estado de emergência por conta da cheia da Lagoa de Cima que inundou toda a região de Ururaí e enquanto a equipe de transição para o novo governo descortinava uma série de irregularidades de sua administração, falou hoje que esteve doente todo este tempo, mas sempre presente.

Os municípios fluminenses recebem agora as águas de Minas Gerais, através dos Rios Pomba e Muriaé. As cidades mais castigadas são Santo Antônio de Pádua e Itaperuna, onde até mesmo o principal hospital da cidade, São José do Havaí, referência em todo o norte e noroeste do estado, teve o seu andar térreo inundado pelas águas, mas mantendo seu funcionamento, com os pacientes sendo transportados de barco.

Em Campos, já são muitos os desabrigados, principalmente os moradores da Ilha do Cunha e do Matadouro, abrigados em escolas públicas próximas.

Estas imagens foram feitas hoje (19/12/08) à tarde.

Rua dos Goytacazes, 19/12/08 - aprox. 15h


Curva da Lapa, 19/12/08 - aprox. 15h


Vista das escadas da Orla II, na Lapa, 19/12/08 - aprox. 15h


Terminal Rodoviário Luís Carlos Prestes, 19/12/08 - aprox. 15h.

Repare na proximidade entre o nível da água e a calçada


Cais, em frente ao Corpo de Bombeiros, 19/12/08 - aprox. 15h.


Ponte Rosinha, 19/12/08 - aprox. 15h.


Esquina da Av. 7 de setembro com Miguel Herédia, 19/12/08 - aprox. 17h.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

As águas estão chegando a cidade

O Paraíba encheu. Hoje pela manhã pude ver, no cais da lapa, duas caçambas recolhedoras de entulho boiando no estacionamento do cais; três barris de latão amarrados vinham navegando pelos redemoinhos do rio, enquanto uma ratazana fugia da possibilidade de ser engolida por uma jibóia que espreitava num emaranhado de vegetação que boiava aos olhos de quem esperava o ônibus no terminal rodoviário.
Agora o drama começa a chegar na cidade. Uma rápida pancada de chuva foi suficiente para encher a Escola Municipal 29 de Maio de desabrigados, enquanto no mesmo dia foram flagrados (com imagem na TV e tudo) donativos jogados no lixo da Secretaria de Promoção Social do município. Faltou luz, os telefones não funcionavam direito, e os taxistas evitavam determinados trajetos. Um caos. E olha que as previsões não são das melhores. O site do clima tempo é mais acessado que o blog do Roberto Moraes, e as previsões não são nada confortantes.
Hoje a Rosinha foi diplomada prefeita. É pena que ela não possa fazer nada pra parar com a chuva. Espero que ela esteja pelo menos orando ao senhor por uma trégua, e que suas preces sejam atendidas.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Calamidade natalina

A prefeitura de São Paulo, Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), e iniciativa privada, investiram pesado no natal paulistano. São milhões de lâmpadas e árvores, espalhadas por pontos diversos da cidade, num investimento de aproximadamente R$ 5 milhões. Acompanhando a decoração foram instalados projetores apontados para prédios importantes da cidade, como o prédio da justiça, por exemplo, onde animações com temas natalinos preenchem as paredes, um verdadeiro espetáculo de luz, laser e animações computadorizadas.
Pessoas do interior do estado e de outras regiões do país visitam a capital paulista para assistir o espetáculo, aquecendo o turismo e as vendas. Para visitar as exposições natalinas existe todo um roteiro de transporte exclusivo, incluindo ônibus, metrô e trem. Os ônibus, por exemplo, partem do Viaduto do Chá, no Centro, seguindo um trajeto que inclui visitas ao Centro Antigo, Avenida Paulista, Região dos Jardins, Ibirapuera e arredores da Avenida Faria Lima. Os bilhetes custam R$ 8,00 por pessoa. Veja reportagem no vídeo abaixo:

Aqui em Campos nem parece que é natal. É claro que não estamos com clima pra comemorar nada, com tantos desabrigados pelas enchentes; nem também seria possível a comparação com o natal paulistano. Mas, guardadas as proporções, poderíamos ter atrações natalinas. Nem mesmo o maestro Ethmar Filho, grande incentivador dos corais natalinos, pudemos ter este ano. A cidade não tem decoração de natal, não tem nada. Os poucos comerciantes que se dispuseram a algo, penduraram algumas lampadazinhas em suas lojas, e pronto.
Assim fica difícil! Enquanto os governos e a iniciativa privada não enxergarem nessa cidade o seu real tamanho, não teremos desenvolvimento de verdade. Enquanto não investirmos no turismo, na recuperação do nosso patrimônio histórico e arquitetônico, na qualidade do nosso comércio, na produção cultural de qualidade, não teremos um desenvolvimento de verdade, que rompa com esse clientelismo provinciano.

Foto: Antônio Cruz


terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Enchentes de Ururaí: desabafo de um cidadão

O professor Sérgio Soares, residente a vida inteira em Ururaí, indignado com o descaso das autoridades em relação a situação em que se encontram os moradores de seu bairro, pede espaço aqui para divulgar uma carta aberta à sociedade:

"Queridos Amigos...

Uma vez que estou literalmente dentro d'água e aguado nessa situação, conto com algumas respostas e quem sabe soluções. Conto com algumas respostas.

Um forte abraço,

Sérgio Soares*


Àqueles que ainda acreditam em dignidade.

Nesses dias que seguem ao desespero e a força da natureza, tenho estado em estranho desconforto diante da espécie humana. Sinto-me violado nos direitos ditos fundamentais pela constituição e, em seguida abandonado por aqueles que deveriam me garantir esses direitos.
Em menos de dois anos vejo parte da minha vida e de boa parte da população sendo levada pelas águas. Sempre vivi nessa região e ao longo desses anos vejo a força da água cada vez maior. As casas, até então distantes do poder do rio e protegendo-nos das águas de cima, tem sido tomada pelas águas sujas de baixo que invadindo as ruas e quintais e penetrando por nossas portas, janelas e derrubando nossas paredes e levando o pouco que podemos ter com o fruto do nosso trabalho. Mas essa força raivosa das águas tem um motivo: a ganância humana. Fazendeiros e usineiros ocupam impiedosamente as margens do rio, desviam saídas, aterram brej os, constroem diques que impedem que as águas se espalhem e não arrastem nossas vidas.
De um lado a boa fé humana e aqueles que se dispõem de alguma forma em ajudar e de outro o povo que mesmo necessitado insiste em levar vantagem. Precisam sim, não estou negando a necessidade daqueles que perderam tudo ou quase tudo. Mas deve existir dignidade, mesmo nesses momentos de angústia e de desespero. Falo em nome da boa fé que precisamos aprender a cultuar e acima de tudo respeitar.
Sei que a fome e as necessidades vitais não esperam. Que a saúde deve ser preservada e é dever público oferecer condições para tais. Não é um serviço gratuito como fazem parecer. Pagamos impostos e esses devem ser revertidos para o bom funcionamento das maquinas públicas como saúde, serviços sociais, saneamento básico e acima de tudo a garantia de um gestor que faça a máquina funcionar. Mas como manter viva a fà © nessa cidade de desilusão política, onde só recebemos notícias de corrupção e desvio de verbas públicas.
Algumas perguntas me martelam e insistem em sangrar. Onde está o prefeito de nossa cidade que não se manifesta? Onde está o IBAMA que persegue os pescadores e seus pequenos peixes (nesses dias corretamente), pobres senhoras com seus papagaios e não enxerga a construção de um dique em área de escoadouro de água do rio Ururaí? Onde está o meu direito de cidadão que não pode vir a tona sem que eu vá à justiça para buscá-lo? ... a mesma justiça que garante ao fazendeiro uma maior valia para seus bois, indiferentes às nossas vidas que pouco a pouco vai sendo levada pelas águas, com toda sorte de destruição e doenças que podem aparecer a qualquer instante.
Em menos de dois anos tudo isso. Com uma diferença é claro. Na vez anterior a mesma água não subiu no asfal to, não impediu que os caminhões com alimentos para a população urbana chegasse ao seu destino. Sofri o mesmo impacto, fiquei dois meses fora de casa, com meus vizinhos espalhados em vários lugares e a lama habitando a minha casa. Não fui ressarcido em nada, mas o boi do senhor fazendeiro manteve-se protegido e com certeza rendeu bons lucros. Tive que trocar porta, refazer paredes, pintar casa e refazer uma etapa da minha vida. Agora, mais uma vez, a história se repete e todo o país ouve a minha má sorte. Mais uma vez não serei ressarcido e terei que gastar minhas economias (quase nenhuma na verdade) com limpeza, aluguel, pedreiro e sabe-se Deus mais o que. Talvez eu receba um tapinha no ombro e me digam que tudo está bem. Que não perdi nada material e que eu preciso mudar de casa, que eu preciso mudar de bairro e....
Mas minha vida está aqui, meus amigos estão aqui, minha família está aqui. Não quero sair daqui, gost aria que fôssemos tratados com dignidade, que fizessem valer os impostos por nós pagos. Só queria dignidade e respeito daqueles que ocupam lugares de responsabilidade e não a possuem para defender os nossos direitos.

Sérgio Soares
Ururaí, 05 de dezembro de 2008."

*Sérgio Soares é professor de biologia da rede estadual, leciona no Colégio Estadual Dom Otaviano Costa, em Ururaí, e é também professor do Instituto Dom Bosco Salesiano, em Campos. Esta carta foi enviada ao jornal O Globo, para publicação.


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Alegria pouca?

Esses trêz felizes aí ao lado formam a banda Little Joy. Enquanto Marcelo Camelo causa barulho por aqui, com seu silencioso disco e um polêmico romance, Rodrigo Amarante juntou-se a Fabrizio Moretti, um carioca que vive desde criança nos EUA, baterista do The Strokes, e a namorada de Moretti, a californiana Binki Shapiro.
A banda está em turnê pelos EUA, com show este mês em Los Angeles, San Francisco e Seattle. Em seguida, seguem para o Canadá e à partir de janeiro estarão na Europa, tocando na Bélgica, França, Escócia e Inglaterra.
Por enquanto ainda não lançaram disco, mas as músicas disponíveis no MySpace da banda apresentam uma forte dose do surf music americano dos anos 50, algo que de alguma forma lembra os Beat Boys, sobretudo na musica Brand New Start.
Eu gostei muito!

sábado, 6 de dezembro de 2008

O mais novo blogueiro do momento

O mais novo blogueiro do momento é Caetano Veloso. Isso mesmo. Seu blog, chamado Obra em Progresso, talvez seja mais atualizado que esse aqui, e com textos volumosos sobre tudo, mas principalmente sobre música. Apesar da letrinha miudinha dificultar a leitura, vale a pena conferir.



Foto: Felipe Panfili - Ag. News

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Campanha de doações para os desabrigados da enchente

A ASCOM (Assessoria de Comunicação da UENF), avisa que está montado um posto de coleta de roupas e alimentos para as vítimas das enchentes em Ururaí e Lagoa de Cima, na direção do CBB, até a próxima sexta, 05/12.
Localização do CBB abaixo, assinalado em vermelho.
Agradecimentos a George Gomes Coutinho, do blog Outros Campos, pela notícia.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

1º de dezembro: dia mundial de combate à AIDS

Hoje é o dia mundial do combate a AIDS, uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), de mobilização das pessoas no combate ao HIV/AIDS. No mundo inteiro o dia 1º de dezembro é marcado por passeatas, apresentações culturais, semninários, com esclarecimentos sobre o vírus HIV e e atuando também no combate ao preconceito, que ainda é muito grande, o que dificulta a vida social dos portadores do vírus, assim como a própria mobilização social em torno da questão.
Em Campos o dia foi marcado por um evento no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, com tendas montadas, distribuição de camisinhas e performances de travestis, para uma platéia tímida de passantes. O problema de manifestações como esta aqui de Campos é que acaba contribuindo para o fortalecimento dos estereótipos (a idéia de grupo de risco) e dos preconceitos... De qualquer forma, alguém está fazendo alguma coisa.

Lagoa de Cima e Ururaí


O blog do Armando Barreto traz fotos desoladoras da situação em Lagoa de Cima. Há locais onde só é possível ver as telhas das casas. O resto é água.
Em Ururaí a situação se complica cada vez mais. Até o Colégio Dom Otaviano de Albuquerque, que recebia desde a última sexta-feira, famílias de desabrigados, começou a ser invadido pelas águas, sendo transferidas as famílias para outros locais mais seguros. Até o momento a defesa civil ainda não esteve no Dom Otaviano.

Os moradores dos barracos à beira da BR-101, que não precisam de nenhuma enchente para viver em risco, colocaram seus móveis no acostamento da rodovia, a espera de socorro. Segundo o jornal online Ururau, são duzentas famílias desabrigadas.


Helicóptero da defesa civil distribuindo alimentos aos desabrigados.