segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A caridade

Passei o fim de semana sem pensar nisso, mas eis que novamente me lembro do e-mail do Rodrigo Constantino. Não vou me dar ao trabalho de relê-lo para transcrever um trecho, mas pelo que me recordo, lá pelas tantas, com muita raiva do Niemeyer, o camarada perdeu completamente o controle da maquininha de asneiras e faz a seguinte comparação: Dizia o Constantino que, quando um Niemeyer, milionário, fica fazendo discurso demagogo a favor dos pobres, os 'esquerdistas' (acho esse termo irritantemente pejorativo) o acham o máximo. Já quando um empresário que se esforça pela economia do país e gera empregos, como Bill Gates, doa milhões para a caridade, ninguém reconhece esse ato.
Sem querer me alongar, só queria dizer que um cara que faz uma comparação primária dessas não deveria ter espaço pra escrever em lugar nenhum.
Talvez um dia eu venha aqui a escrever sobre a ideia de caridade e o pensamento individualista de culpa, mas não será agora. Só gostaria de dizer que se Bill Gates valesse alguma coisa, ele pegaria o seu sistema operacional, que a maioria da população mundial é obrigada a utilizar, e disponibilizaria para download gratuito na internet, com o código-fonte aberto, como fez Linus Torvards ao criar o Linux.

8 comentários:

Anônimo disse...

Ei, rapaz, o Linus não disponibilizou o linux para download gratuito. Você confundiu software livre com software grátis.

Rodrigo Rosselini disse...

Ei, amigo Anônimo, basta clicar nesse link pra baixar, gratuitamente, uma distribuição do linux. http://www.ubuntu.com/desktop/get-ubuntu/download

Rodrigo Rosselini disse...

Inclusive, já havia falado sobre software livre aqui. http://rosselini.blogspot.com/2010/04/ditadura-de-mercado-seja-esperto.html

Anônimo disse...

Quantos milhões Linus doou para universidades, centros de pesquisa e centros médicos?

E Bill Gates?

Anônimo disse...

Torvalds nao criou p nenhuma, o linux é uma copia tosca do Unix, só é bom pro marketing dele falar que é grátis
Mas tirando esse exemplo, o que o RC quis dizer é a mais pura verdade.Se uma empresa cresce é porque ela faz alguma coisa que as outras pessoas querem, isso se chama troca VOLUNTÁRIA, coisa que não existe no dicionário de comunistinhas como o niemeyer, gente que se acha tão boazinha mas que OBRIGA os outros a sustentarem parasitas como eles graças a uma tonelada de impostos
E ninguem é obrigado a usar Windows coisa nenhuma, tem mac, tem linux, tem freeBSD, inclusive muitas dessas coisas open source já existiam ANTES do windows.Se não fosse o desespero pra bancar a vítima vc poderia ver que as pessoas usam windows porque nao tem tempo pra perder aprendendo a burocracia e as complicações gratuitas dessas coisas open source.
Ou seja, linux só é de graça se teu tempo não vale nada.

Rodrigo Rosselini disse...

Estou impressionado com a quantidade de leitores de direita que tenho conquistado. Acho isso formidável! É o princípio democrático.

Rodrigo Manhães disse...

O "anônimo" (e, pqp, anônimos são um saco) escreveu algumas coisas que merecem(?) resposta. Vamos lá.

Logo de cara, imagino estar diante de uma verdadeira autoridade (anônima) em arquitetura de sistemas operacionais, ao afirmar assim, sem mais, que "o linux é uma copia tosca do Unix". Sim, o Linux é um Unix-like, mas daí a dizer que é uma "cópia tosca" vai um oceano de diferença. Aguardo o papa dos SOs na próxima rodada com argumentos minimamente consistentes.

Sobre o que foi dito a respeito das posições de Rodrigo Constantino, não tenho saco pra dialogar com conservadores-mamãe-quero-ser-liberal. A implicância com o software livre apenas mostra o viés conservador por trás desta direita que se pretende moderna e de vanguarda, mas nem iluminista conseque chegar a ser. Só sabem apelar para o mantra meia-boca das "trocas voluntárias", como se fosse uma espécie de conjuração mágica para vencer debates. Passo.

Sobre "não ser obrigado a usar Windows", a conivência hipócrita da Microsoft com a pirataria que alimenta sua base de usuários é a causa, ainda hoje, de um grande número de pessoas estar, sim, aprisionado a um sistema operacional tecnicamente fraco, notoriamente inseguro e insuportavelmente arcaico se comparado a um Ubuntu ou MacOS. Aqui cito um exemplo de como fontes insuspeitas podem obrigar as pessoas a chafurdar na lama do Windows.

Com respeito a "complicações gratuitas", seria ser constrangido a escolher entre ter sua máquina invadida por vírus a todo momento ou ter o processamento dela posto abaixo por "vacinas" (e às vezes mesmo assim ser invadido por vírus)? Ou seria ter que recorrer a fontes duvidosas quando se precisa de pequenos aplicativos gratuitos (sendo que cada um destes é um cavalo de troia que tenta empurrar um monte de lixo para a sua máquina) como compactadores ou visualizadores de documentos? Ou seria ter que procurar e instalar "codecs" duvidosos para assistir video? Procurar software no Google é uma prática obsoleta e arriscada que só usuários de Windows ainda fazem. É legal ter praticamente um monitor de atualizações para cada software instalado, ao invés do que seria lógico, um modelo central de atualizações?

Isto sem falar na pirataria que grassa Windows afora. Constato na prática a cara-de-pau da maioria dos defensores do modelo proprietário de distribuição de software, que têm em suas máquinas versões "cracked" (ou com "aquele serialzinho") dos softwares que utilizam.

Este texto aqui responde a boa parte das bobagens que são ditas contra o Linux.

A última afirmação, "linux só é de graça se teu tempo não vale nada", mostra o total desconhecimento de como funciona o ecossistema de software livre e das diversas motivações dos envolvidos em sua produção.

Rodrigo Rosselini disse...

Que bom, chegou a cavalaria. Rsrsrsrs.